quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Entendendo o esporte adaptado

Descrição para cegos: a imagem mostra parte de uma cadeira de rodas numa pista de atletismo. A cadeira é adptada para a prática desportiva, contando com uma pequena rodinha chamada de "roda anti-tombos". 
Em nosso país, pelo menos 30 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência e, por causa do princípio de sempre valorizar o mais forte, ágil ou resistente nos esportes, elas têm que enfrentar grandes barreiras para exercer esse direito com dignidade. Felizmente, o Brasil está caminhando, ainda que a passos curtos, em direção à inclusão de pessoas com deficiência no desporto; conquistando, inclusive, colocações de destaque em Paraolimpíadas e jogos Parapan-americanos. No entanto, ainda há muito que precisa ser feito para garantir o direito ao esporte e ao lazer. O texto a seguir, publicado no site Vida Mais Livre, ajuda a entender o esporte adaptado, que pode (e deve) ser adotado em escolas, para incluir crianças e adolescentes com deficiência nas atividades esportivas. (Marília Araújo)


Esporte adaptado: a importância e os desafios
Que praticar esportes é fundamental para a saúde, todo mundo sabe. Para pessoas com deficiência, a prática é ainda mais importante. As diversas modalidades melhoram a condição cardiovascular de quem as pratica, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. Além disso, o esporte proporciona a oportunidade de sociabilização e torna quem tem deficiência mais independente, melhorando a autoconfiança e elevando a autoestima.
Embora seja uma modalidade recente, o esporte adaptado surgiu na primeira década do século XX, há quase 100 anos. As primeiras atividades competitivas eram voltadas a jovens com deficiência auditiva, que participavam de modalidades coletivas. Alguns anos depois, foram adaptadas atividades para jovens com deficiência visual, especialmente a natação e o atletismo. Para pessoas com deficiências físicas, o esporte foi adaptado ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando soldados voltaram para os seus países com mutilações e outras deficiências. No Brasil, a prática surgiu por volta de 1960.
O país está cada vez mais conquistando seu espaço em competições. Recentemente, nossos atletas tiveram o melhor rendimento brasileiro dos jogos Parapan-americanos em toda a história da competição. A delegação chegou a incríveis 257 medalhas, sendo 109 de ouro, 74 de prata e outras 74 de bronze. O segundo lugar no quadro geral, o Canadá, não chegou à metade das medalhas de ouro brasileiras, com apenas 50 conquistadas.
Existem alguns critérios na hora da adaptação da modalidade. É aconselhável que o espaço (quadra, campo, pista, etc.) seja limitado e bem sinalizado, sem qualquer tipo de obstáculo que possa dificultar a locomoção dos atletas. Os materiais utilizados também devem ser apropriados para cada tipo de modalidade e deficiência. Além disso, algumas regras são alteradas para que atendam melhor ao perfil e às limitações de cada deficiência para que se tenha o máximo de igualdade entre os atletas.
Confira abaixo as modalidades mais usuais e melhor adaptáveis, de acordo com cada deficiência:
Deficiência visual: atletismo, ciclismo, futebol, judô, natação, goalball, hipismo, halterofilismo e esportes de inverno.
Deficiência auditiva: atletismo, basquetebol, ciclismo, futebol, handebol, natação, vôlei e muitas outras (quase as mesmas das pessoas sem deficiência, pois não existem grandes limitações dos deficientes auditivos).
Deficiência física: atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação, rugby, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado e para amputados e modalidades de inverno.
Para informações específicas sobre as modalidades e suas adaptações, acesse o site do Comitê Paralímpico Brasileiro.


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