Em nosso país, pelo menos 30 milhões de pessoas têm algum
tipo de deficiência e, por causa do princípio de sempre valorizar o mais forte,
ágil ou resistente nos esportes, elas têm que enfrentar grandes barreiras para
exercer esse direito com dignidade. Felizmente, o Brasil está caminhando, ainda
que a passos curtos, em direção à inclusão de pessoas com deficiência no
desporto; conquistando, inclusive, colocações de destaque em Paraolimpíadas e
jogos Parapan-americanos. No entanto, ainda há muito que precisa ser feito para
garantir o direito ao esporte e ao lazer. O texto a seguir, publicado no site Vida Mais Livre,
ajuda a entender o esporte adaptado, que pode (e deve) ser adotado em escolas,
para incluir crianças e adolescentes com deficiência nas atividades esportivas.
(Marília Araújo)
Esporte adaptado: a
importância e os desafios
Que
praticar esportes é
fundamental para a saúde, todo mundo sabe. Para pessoas
com deficiência, a prática é ainda mais importante. As diversas
modalidades melhoram a condição cardiovascular de quem as pratica, aprimora a
força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor.
Além disso, o esporte proporciona a oportunidade de sociabilização e torna quem
tem deficiência mais independente, melhorando a autoconfiança e elevando a
autoestima.
Embora
seja uma modalidade recente, o esporte adaptado surgiu
na primeira década do século XX, há quase 100 anos. As primeiras atividades
competitivas eram voltadas a jovens com deficiência auditiva, que participavam
de modalidades coletivas. Alguns anos depois, foram adaptadas atividades para
jovens com deficiência visual, especialmente a natação e o atletismo. Para
pessoas com deficiências físicas, o esporte foi adaptado ao final da Segunda
Guerra Mundial, em 1945, quando soldados voltaram para os seus países com
mutilações e outras deficiências. No Brasil, a prática surgiu por volta de
1960.
O
país está cada vez mais conquistando seu espaço em competições.
Recentemente, nossos atletas tiveram o melhor rendimento brasileiro dos jogos
Parapan-americanos em toda a
história da competição. A delegação chegou a incríveis 257 medalhas, sendo 109
de ouro, 74 de prata e outras 74 de bronze. O segundo lugar no quadro geral, o
Canadá, não chegou à metade das medalhas de ouro brasileiras, com apenas 50
conquistadas.
Existem
alguns critérios na hora da adaptação da
modalidade. É aconselhável que o espaço (quadra, campo, pista, etc.) seja
limitado e bem sinalizado, sem qualquer tipo de obstáculo que possa dificultar
a locomoção dos atletas. Os materiais utilizados também devem ser apropriados
para cada tipo de modalidade e deficiência. Além disso, algumas regras são
alteradas para que atendam melhor ao perfil e às limitações de cada deficiência
para que se tenha o máximo de igualdade entre os atletas.
Confira abaixo as modalidades mais usuais e melhor
adaptáveis, de acordo com cada deficiência:
Deficiência visual: atletismo,
ciclismo, futebol, judô, natação, goalball, hipismo, halterofilismo e esportes
de inverno.
Deficiência auditiva: atletismo,
basquetebol, ciclismo, futebol, handebol, natação, vôlei e muitas outras (quase
as mesmas das pessoas sem deficiência, pois não existem grandes limitações dos
deficientes auditivos).
Deficiência física: atletismo,
arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em
cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais,
halterofilismo, hipismo, iatismo, natação, rugby, tênis em cadeira de rodas,
tênis de mesa, voleibol sentado e para amputados e modalidades de inverno.
Para
informações específicas sobre as modalidades e suas adaptações, acesse o site
do Comitê
Paralímpico Brasileiro.
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