quinta-feira, 24 de julho de 2014

A meia-entrada e o acesso dos deficientes à cultura

Descrição para cegos: dois homens cegos, usando óculos escuros e fones de ouvido, numa sala de cinema. Foto: AFP Photo/Abdelhak Senna
No dia 27 de dezembro de 2013, foi publicada no Diário Oficial da União uma lei que dá direito aos deficientes de pagarem meia-entrada pelos ingressos de eventos artísticos-culturais e esportivos, além de estender o benefício também aos seus acompanhantes.

No entanto, profissionais que atuam na área, como Valéria Rocha Conde Aljan, assessora do Instituto Benjamim Constant, acreditam que isso é pouco para solucionar o problema da falta de incentivo e acesso à cultura por pessoas com necessidades especiais.

Pegando como exemplo o cinema, ainda não estão disponíveis em muitas salas recursos como a audiodescrição para os deficientes visuais, essencial para um bom entendimento do que se passa na tela.


Para entender melhor, veja como funciona a audiodescrição: Ele reproduz por meio de fone de ouvido detalhes de expressões faciais e corporais, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, além de leitura de créditos e títulos, e outras informações que não são transmitidas pelo som do filme.

A falta desses recursos impossibilitam uma experiência cinematográfica digna aos deficientes visuais, o que faz com que o benefício da meia-entrada leve em conta apenas a parte econômica.

Acessibilidade em um espaço cultural vai muito além de preço baixo. É preciso que o espaço, a programação, a informação, as estratégias de comunicação e a ação educativa estejam ao alcance de todos, independente da condição física, sensorial, intelectual ou comunicacional do indivíduo.

O acesso dos deficientes à cultura ainda é falho, pouco discutido, mas precisa ser implantado de forma eficiente. Portanto, é necessário que cada um de nós tenha um olhar crítico e reflexivo acerca das políticas públicas que nos rodeiam e que lute por condições igualitárias e pela acessibilidade. (Vanessa Mousinho)

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