terça-feira, 18 de abril de 2017

Projeto visa inclusão digital

Descrição para cegos: a imagem tem plano de fundo degradê, que vai do escuro para o claro, da direita para esquerda. Na parte superior do lado direito hastag #PraCegoVer e, logo abaixo, o desenho de um óculos, com o lado esquerdo escuro e o lado direto claro com um globo terrestre dentro. Na parte de baixo, a frase “O verdadeiro cego é aquele que não enxerga o próximo!”.

                                                                                        Por Gabrielly Alencar

As pessoas que têm deficiência visual também utilizam as redes sociais, apesar de boa parte da população ignorar esse fato. Contudo, o máximo que conseguem obter de informação, é o que está escrito, ou melhor, conseguiam. Isso vem mudando desde de 2012, quando a professora baiana Patrícia Braille criou um projeto de autodescrição das imagens, sejam essas de empresas, marcas ou até as que compartilhamos diariamente. O mais interessante é que qualquer pessoa pode fazer.


Desde 2007, Patrícia já incorporava essas descrições nas postagens do seu blog e, antes disso, já as utilizava em livros em Braille e livros falados. Continuou a fazê-lo quando passou a usar o Facebook, percebendo que muitas pessoas estranhavam e não entendiam para que serviam, já que ali estava escrito algo tão óbvio.
Assim, o projeto que se chama #PraCegoVer foi criado para esclarecer a essas pessoas o significado das legendas e também influenciá-las a empregar, incluindo dessa forma, uma parcela da população que é tão esquecida.
No início, criou um evento no Facebook, que logo deu espaço à página Pra Cego Ver, que conta com ajuda de voluntários, tanto audiodescritores profissionais quanto amadores, que enviam imagens juntamente com as descrições. A iniciativa foi muito bem recebida pelos usuários, assim como pelos deficientes visuais, que passaram a compartilhar essas imagens.
Na página permanente do projeto, dentre outras coisas, ensina-se a construir a descrição, com dicas do tipo: primeiramente coloca a hashtag #PraCegoVer, depois o tipo de imagem, a ordem em que se deve descrever, informar as cores, como também os vários elementos que compõem a imagem, criando uma sequência lógica, isso tudo da forma mais direta possível e sempre dos pequenos para os grandes elementos.
Centenas de páginas já incorporaram a tag, desde multinacionais, instituições públicas e privadas, como também sites governamentais. Como exemplo: a Coca-Cola, Avon, Maybelline NY Brasil, Rayovac Brasil, [quem disse, berenice?], Clube de Regatas Flamengo, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Skol e Ministério Público Federal (MPF).
A propósito, todos os blogs da disciplina Jornalismo, Cidadania e Direitos Humanos (como este), e também os da Oficina de Radiojornalismo do Curso de Jornalismo da UFPB, usam o recurso da descrição para cegos nas imagens que publica.

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