Descrição para cegos: a
imagem tem plano de fundo degradê, que vai do escuro para o claro, da direita
para esquerda. Na parte superior do lado direito hastag #PraCegoVer e, logo
abaixo, o desenho de um óculos, com o lado esquerdo escuro e o lado direto
claro com um globo terrestre dentro. Na parte de baixo, a frase “O verdadeiro
cego é aquele que não enxerga o próximo!”.
Por Gabrielly
Alencar
As
pessoas que têm deficiência visual também utilizam as redes sociais, apesar de
boa parte da população ignorar esse fato. Contudo, o máximo que conseguem obter
de informação, é o que está escrito, ou melhor, conseguiam. Isso vem mudando
desde de 2012, quando a professora baiana Patrícia Braille criou um projeto de
autodescrição das imagens, sejam essas de empresas, marcas ou até as que
compartilhamos diariamente. O mais interessante é que qualquer pessoa pode fazer.
Desde
2007, Patrícia já incorporava essas descrições nas postagens do seu blog e, antes
disso, já as utilizava em livros em Braille e livros falados. Continuou a
fazê-lo quando passou a usar o Facebook, percebendo que muitas pessoas estranhavam
e não entendiam para que serviam, já que ali estava escrito algo tão óbvio.
Assim,
o projeto que se chama #PraCegoVer foi criado para esclarecer a essas pessoas o
significado das legendas e também influenciá-las a empregar, incluindo dessa
forma, uma parcela da população que é tão esquecida.
No
início, criou um evento no Facebook, que logo deu espaço à página Pra Cego Ver, que conta com ajuda de voluntários, tanto
audiodescritores profissionais quanto amadores, que enviam imagens juntamente
com as descrições. A iniciativa foi muito bem recebida pelos usuários, assim
como pelos deficientes visuais, que passaram a compartilhar essas imagens.
Na
página permanente do projeto, dentre outras coisas, ensina-se a construir a
descrição, com dicas do tipo: primeiramente coloca a hashtag #PraCegoVer, depois o
tipo de imagem, a ordem em que se deve descrever, informar as cores, como
também os vários elementos que compõem a imagem, criando uma sequência lógica,
isso tudo da forma mais direta possível e sempre dos pequenos para os grandes
elementos.
Centenas
de páginas já incorporaram a tag, desde multinacionais, instituições públicas e
privadas, como também sites governamentais. Como exemplo: a Coca-Cola, Avon,
Maybelline NY Brasil, Rayovac Brasil, [quem disse, berenice?], Clube de Regatas Flamengo,
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Skol e Ministério Público Federal (MPF).
A propósito, todos os blogs da
disciplina Jornalismo, Cidadania e Direitos Humanos (como este), e também os da
Oficina de Radiojornalismo do Curso de Jornalismo da UFPB, usam o recurso da descrição para
cegos nas imagens que publica.
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