Parece
até espantoso você avaliar a pessoa pelo grau de deficiência que ela tem. Ao
realizar atividades cotidianas os deficientes são considerados incapazes de
fazer qualquer coisa sozinhos ou ao menos tentar resolver as coisas por sua
própria conta. Eles não gostam de ser vistos como coitadinhos e nós devemos
respeitá-los sem medir ninguém por grau de dificuldade que tenha ou não.
Pessoas são pessoas, independente de raça, cor, credo ou qualquer outra medida
utilizada.
Leia a seguir um desabafo de um deficiente físico que foi parabenizado por estar em
uma balada. (Gabriella Mayara)
“Aposto minha cadeira de rodas que,
se você é cadeirante e vai para a “balada”, alguém já te deu os parabéns
simplesmente por estar ali. Acho chato bagarai, levo numa boa, mas tenho que
controlar um amigo (andante) que tem vontade de voar no pescoço das pessoas
quando isso acontece. Dou alguma razão e ele, pois cada “parabéns” que recebo
na noitada pode ser traduzido como: “se eu fosse você, me mataria, mas parabéns
por estar vivo e vir pra balada como se fosse uma pessoa normal”. Na verdade, o
cara te acha um coitado. E pode parecer exagero, mas eu já ouvi frase muito
parecida com essa. Na ocasião, quem teve que ser controlado para não dar uma
cadeirada na canela do cara fui eu.
Essa coisa de valorizar qualquer
coisa que os cadeirantes fazem, mesmo que sejam triviais para os próprios
cadeirantes, só mostram o quanto o preconceito ainda é grande. Boa parte da
população ainda acha que somos fracos, incapazes de seguir nossos sonhos,
estudar, trabalhar, namorar e até de fazer as coisas mais rotineiras do mundo.
E aí, qualquer ida à padaria sozinho ou mesmo o simples fato de dirigir já vira
um grande exemplo de superação.
Não quero elogios nem parabéns por
minha condição física. Quero ser valorizado sim, mas apenas quando eu merecer.
Resumindo, se me encontrarem subindo a Vista Chinesa de handbike, aceito os
parabéns pois subir aquilo ali no braço não é nem um pouco fácil. Mas se me derem os parabéns na balada,
protejam as canelas!
PS: Para ilustrar o post, vejam o
vídeo abaixo e escutem a entonação do locutor com a ação mirabolante que
realizo no final.” (Eduardo Camara)
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