sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Parabéns deficiente, você consegue! (sic)


Descrição para cegos: Eduardo Camara, sorrindo posando para foto, segurando um copo com chopp, em um bar. Eduardo está com uma camisa azul, e no fundo da imagem um homem com camisa listrada, luzes e uma televisão.
Parece até espantoso você avaliar a pessoa pelo grau de deficiência que ela tem. Ao realizar atividades cotidianas os deficientes são considerados incapazes de fazer qualquer coisa sozinhos ou ao menos tentar resolver as coisas por sua própria conta. Eles não gostam de ser vistos como coitadinhos e nós devemos respeitá-los sem medir ninguém por grau de dificuldade que tenha ou não. Pessoas são pessoas, independente de raça, cor, credo ou qualquer outra medida utilizada.
Leia a seguir um desabafo de um deficiente físico que foi parabenizado por estar em uma balada. (Gabriella Mayara)


 “Aposto minha cadeira de rodas que, se você é cadeirante e vai para a “balada”, alguém já te deu os parabéns simplesmente por estar ali. Acho chato bagarai, levo numa boa, mas tenho que controlar um amigo (andante) que tem vontade de voar no pescoço das pessoas quando isso acontece. Dou alguma razão e ele, pois cada “parabéns” que recebo na noitada pode ser traduzido como: “se eu fosse você, me mataria, mas parabéns por estar vivo e vir pra balada como se fosse uma pessoa normal”. Na verdade, o cara te acha um coitado. E pode parecer exagero, mas eu já ouvi frase muito parecida com essa. Na ocasião, quem teve que ser controlado para não dar uma cadeirada na canela do cara fui eu.
Essa coisa de valorizar qualquer coisa que os cadeirantes fazem, mesmo que sejam triviais para os próprios cadeirantes, só mostram o quanto o preconceito ainda é grande. Boa parte da população ainda acha que somos fracos, incapazes de seguir nossos sonhos, estudar, trabalhar, namorar e até de fazer as coisas mais rotineiras do mundo. E aí, qualquer ida à padaria sozinho ou mesmo o simples fato de dirigir já vira um grande exemplo de superação.
Não quero elogios nem parabéns por minha condição física. Quero ser valorizado sim, mas apenas quando eu merecer. Resumindo, se me encontrarem subindo a Vista Chinesa de handbike, aceito os parabéns pois subir aquilo ali no braço não é nem um pouco fácil.  Mas se me derem os parabéns na balada, protejam as canelas!
PS: Para ilustrar o post, vejam o vídeo abaixo e escutem a entonação do locutor com a ação mirabolante que realizo no final.” (Eduardo Camara)

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