Descrição para cegos: duas mãos abertas
viradas para baixo sobre um fundo liso. Em primeiro plano, a mensagem: “Músicas
em Libras” acompanhada de notas musicais.
Por Gustavo Freire
Como forma de conhecer o mundo em substituição
à audição e à fala, o surdo utiliza uma comunicação espaço-visual. No Brasil,
essa comunicação é construída a partir da Língua Brasileira de Sinais, a
Libras, que surgiu em decorrência da língua de sinais francesa, e que, em 2002, foi reconhecida
como segunda língua oficial brasileira (Lei nº 10.436/2002).
Em decorrência, sobretudo, da
legitimidade da língua de sinais como sendo a língua natural dos surdos – que
tem repercussões linguísticas, cognitivas e sociais - estes têm uma cultura
particular, a cultura surda. No entanto, o contato com a cultura ouvinte, isto
é, daquele que ouve, acontece cotidianamente, haja vista o capital social
gerado a partir das relações sociais. Mais que considerar como um território
contestado, as trocas “enriquecem” os sujeitos que se aventuram em conhecer o
novo.
Uma das formas de conhecer outra cultura é por meio da música. Nesse sentido, muitos são os canais na plataforma de redes sociais YouTube voltados para o universo musical. Alguns deles são de música em Libras, onde os atores traduzem a letra a partir do português, a exemplo do MúsicaLibras, cujos vídeos não têm legenda. O responsável pelo canal é o João Pedro Poeys, um jovem ouvinte.
O número de visualizações
ultrapassa os cem mil, sendo o de maior expressão o da música Todos os Loucos do Mundo. O projeto disponibiliza um e-mail para o envio
de sugestões e pedidos (musicaslibras@gmail.com). No ar há dois anos, no
momento não há registros de novos vídeos. Inclusive, nos comentários os
usuários expressam o anseio de que o projeto volte.
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