Descrição para
cegos: ilustração composta por quatro imagens iguais, organizadas em quadrados,
sendo duas mais claras e duas mais escuras, formada por três mãos, dando a
impressão que uma pessoa segura à mão de outra, sobre a qual desenha.
Por
Gabrielly Alencar
No
dia 27 de junho é comemorado o Dia Internacional da Pessoa Surdocega. A data
foi escolhida em homenagem a Helen Keller, que nasceu nesse dia e foi um grande
exemplo de superação, se tornando escritora e ativista social norte-americana e
a primeira pessoa surdocega a entrar para o ensino superior.
A
surdocegueira é uma deficiência única e apesar de estar associada a cegueira e
surdez, não consiste na somatória de ambas, mas tem características peculiares,
como graves perdas auditiva e visual, não havendo, porém, uma privação total
dos dois sentidos.
Ela pode ser de vários tipos: cegueira congênita e surdez adquirida, surdez congênita e cegueira adquirida, cegueira e surdez congênitas, cegueira e surdez adquiridas, baixa visão com surdez congênita, baixa visão com surdez adquirida.
As
pessoas que têm essa deficiência podem ser classificadas de duas formas:
pré-linguísticas, quando nascem surdocegas ou as adquirem ainda bebê, antes de
aprender uma língua, apresentando graves perdas visuais e auditivas combinadas.
E os pós-linguísticos, advindos de uma deficiência sensorial, podendo ser
auditiva ou visual, adquirida após o aprendizado de uma língua, ou ainda, após
se comunicar, mas sem apresentar nenhuma deficiência anteriormente.
A
causa da surdocegueira está relacionada a doenças contraídas pela mãe na gestação,
como a rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus. Síndromes, como a Síndrome de
Usher, que é genética, manifesta-se na infância ou mais tarde. Também pode ser
decorrente de abuso de álcool e drogas por parte da gestante, caxumba,
meningite ou acidente vascular cerebral (AVC), entre outras causas. A única
prevenção possível é a vacinação contra a rubéola antes da gravidez, a Síndrome
de Usher e as demais não têm como ser evitadas, por serem genéticas.
A
manifestação da surdocegueira adquirida se dá pela perda progressiva da audição
e visão, ou de um dos dois sentidos, quando um já está prejudicado. A
surdocegueira congênita caracteriza-se pela “ausência” da criança no mundo
externo, devido ao isolamento causado pela falta de luz e som.
A
habilitação ou reabilitação varia de acordo com a origem da deficiência
(congênita ou adquirida), mas está ligada a formas de comunicação que gerem
autonomia e inclusão social. Entre os recursos utilizados destacam-se: objetos
de referência (associando a fatos cotidianos), movimento corporais, expressão
facial, língua de sinais tátil (conversação por sinais a partir de toque),
desenhos, alfabeto manual tátil (desenho de cada letra do alfabeto na palma da
mão), tadoma (compreensão das palavras pela percepção da vibração da voz
através de toque próximo dos lábios ou das cordas vocais), leitura labial
(quando há resquício visual), sistema braile e guia-intérprete.
Sendo
assim, quem cuida de uma criança surdocega, deve buscar meios alternativos de
comunicação, procurando desenvolver seu potencial de crescimento, quebrando as
barreiras do isolamento. No Brasil, há várias instituições que promovem a
inclusão social de pessoas com surdocegueira, entre elas: Associação
Brasileira de Pais e Amigos dos Surdocegos e Múltiplos Deficientes Sensoriais
(Abrapascem), Associação Brasileira de Surdocegueira (Abrasc), Ahimsa -
Associação Educacional para Múltipla Deficiência.
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