quarta-feira, 27 de maio de 2015

Análise de redes sociais aponta pontos positivos e negativos em matéria de inclusão

Descrição para cegos: a imagem mostra o desenho da silhueta de um homem sentado, mexendo num notebook que está em cima de uma mesa. Ao fundo, várias logos de redes sociais são distribuídas em uma balão cinza, como Blogger, YouTube, Facebook, Google, Twitter, Flicker, Wordpress, Apple, Linkedin, entre outros.
Sabe-se que a internet dispõe de um amplo acervo de conteúdos que informam e entretêm, mas que também possibilita interações sociais. Com o surgimento de tecnologias inclusivas (como os leitores de tela e teclados em Braille, por exemplo), pessoas com deficiência passaram a desfrutar da acessibilidade na web. No entanto, muito ainda é necessário para que a inclusão seja mais efetiva. A pedagoga Luciane Barbosa, que defende mais acessibilidade na programação de páginas da web, analisou a experiência proporcionada por algumas redes sociais a pessoas portadoras de deficiência visual. A conclusão é de que muitas páginas ainda são construídas sem visar a inclusão. Leia reportagem sobre o assunto publicada no Portal EBC. (Marília Araújo)





Inclusão: quais são as redes sociais mais populares entre deficientes visuais?
Por Leyberson Pedrosa


Em tempo de convergência de mídias, as redes sociais são o primeiro lugar para postar uma foto ou um vídeo do que acontece no momento. Para pessoas com deficiência visual e cegas, a interação online com esses conteúdos visuais pode ficar prejudicada. Por isso, a pedagoga Luciane Barbosa, criadora do site http://www.braillu.com sobre ações inclusivas, defende mais acessibilidade na programação de páginas web. A professora analisou os pontos positivos e negativos das redes sociais de acordo com sua experiência com alunos deficientes visuais. Entre as redes mais preferidas por eles, está o Whatsapp. Em último, o Facebook.
A professora, que também é cega, ensina outras pessoas com deficiência visual como usar a tecnologia a seu favor. “A navegação de uma pessoa cega ocorre por um software leitor de tela, que informa ao usuário tudo que ocorre no monitor”, explica. Em vez de se excluírem do universo conectado, Luciane considera que o desafio de seu trabalho seja incluir os alunos no mundo digital. “Muitos desconhecem suas próprias capacidades e recursos que existem hoje”, reforça.
Entre as diversas histórias de sala de aula, a professora relembra de uma aluna, que também era professora quando perdeu a visão. Depois de 15 anos sem escrever, Luciane mostrou a essa aluna como voltar a escrever e ler por meio de softwares.  “A aluna voltou a ter o encanto e o prazer de poder escrever e ler", emociona-se.

Análise das redes sociais
Em entrevista ao programa Ponto Com Ponto Br, Luciane Barbosa utilizou sua experiência para avaliar três redes sociais famosas na opinião dos alunos. O serviço de mensagens instantâneas Whattsapp ficou em primeiro lugar graças ao seu recurso de gravação de voz. Já o Twitter em segundo por complementar informações que aparecem na Televisão. Já o Facebook foi mais criticado por trabalhar muito mais com conteúdos visuais (fotos e vídeos) que muitas vezes são postados sem descrição ou legenda.
Facebook (negativo): “No Facebook, muita gente publica imagem e esquece de legenda, tornando a interação complicada para uma pessoa cega”.
Twitter (positivo): “É mais instantâneo e funciona como segunda tela da pessoa com deficiência visual. A gente pode assistir a TV e acompanhar o programa também pela ferramenta, que complementa a informação."
Whatsapp (positivo): “O Whattsapp tem sido a sensação entre pessoas cegas por causa do software de voz que existe nos celulares."
Conclusão: As diferentes opções de comunicação proporcionadas pela tecnologia permitem a todos escolherem a rede que melhor agrade. Colecionamos grandes avanços, mas ainda vivemos em um mundo muito visual e com muitas páginas construídas indevidamente.


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