Sabe-se que a
internet dispõe de um amplo acervo de conteúdos que informam e entretêm, mas
que também possibilita interações sociais. Com o surgimento de tecnologias
inclusivas (como os leitores de tela e teclados em Braille, por exemplo),
pessoas com deficiência passaram a desfrutar da acessibilidade na web. No entanto,
muito ainda é necessário para que a inclusão seja mais efetiva. A pedagoga
Luciane Barbosa, que defende mais acessibilidade na programação de páginas da web,
analisou a experiência proporcionada por algumas redes sociais a pessoas
portadoras de deficiência visual. A conclusão é de que muitas páginas ainda são
construídas sem visar a inclusão. Leia reportagem sobre o assunto publicada no Portal EBC. (Marília Araújo)
Inclusão:
quais são as redes sociais mais populares entre deficientes visuais?
Por Leyberson Pedrosa
Em tempo de convergência de mídias, as
redes sociais são o primeiro lugar para postar uma foto ou um vídeo do que
acontece no momento. Para pessoas com deficiência visual e cegas, a interação
online com esses conteúdos visuais pode ficar prejudicada. Por isso, a pedagoga
Luciane Barbosa, criadora do site http://www.braillu.com sobre ações
inclusivas, defende mais acessibilidade na programação de páginas web. A
professora analisou os pontos positivos e negativos das redes sociais de acordo
com sua experiência com alunos deficientes visuais. Entre as redes mais
preferidas por eles, está o Whatsapp. Em último, o Facebook.
A professora, que também é cega, ensina
outras pessoas com deficiência visual como usar a tecnologia a seu favor. “A
navegação de uma pessoa cega ocorre por um software leitor de tela, que informa
ao usuário tudo que ocorre no monitor”, explica. Em vez de se excluírem do
universo conectado, Luciane considera que o desafio de seu trabalho seja
incluir os alunos no mundo digital. “Muitos desconhecem suas próprias
capacidades e recursos que existem hoje”, reforça.
Entre as diversas histórias de sala de
aula, a professora relembra de uma aluna, que também era professora quando
perdeu a visão. Depois de 15 anos sem escrever, Luciane mostrou a essa aluna
como voltar a escrever e ler por meio de softwares. “A aluna voltou a ter o encanto e o prazer de
poder escrever e ler", emociona-se.
Análise
das redes sociais
Em entrevista ao programa Ponto Com
Ponto Br, Luciane Barbosa utilizou sua experiência para avaliar três redes
sociais famosas na opinião dos alunos. O serviço de mensagens instantâneas
Whattsapp ficou em primeiro lugar graças ao seu recurso de gravação de voz. Já
o Twitter em segundo por complementar informações que aparecem na Televisão. Já
o Facebook foi mais criticado por trabalhar muito mais com conteúdos visuais
(fotos e vídeos) que muitas vezes são postados sem descrição ou legenda.
Facebook (negativo): “No Facebook, muita
gente publica imagem e esquece de legenda, tornando a interação complicada para
uma pessoa cega”.
Twitter (positivo): “É mais instantâneo
e funciona como segunda tela da pessoa com deficiência visual. A gente pode
assistir a TV e acompanhar o programa também pela ferramenta, que complementa a
informação."
Whatsapp (positivo): “O Whattsapp tem
sido a sensação entre pessoas cegas por causa do software de voz que existe nos
celulares."
Conclusão: As diferentes opções de
comunicação proporcionadas pela tecnologia permitem a todos escolherem a rede
que melhor agrade. Colecionamos grandes avanços, mas ainda vivemos em um mundo
muito visual e com muitas páginas construídas indevidamente.
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