Descrição para cegos: na foto está um homem de óculos escuros e roupa cinza levantando uma câmera profissional acima de sua testa, tentando capturar uma imagem. |
Com
o objetivo de estimular o deficiente visual explorar os seus próprios sentidos,
curso propõe uma nova abordagem sobre a fotografia. Para trazer à luz uma
percepção diferente do mundo, o fotógrafo recebe a descrição do ambiente, mas
decide quando realizar o clique. (Luiz Lambert)
Curso no Rio ensina
deficientes visuais a fotografar
Por: Akemi Nitahara
A Sociedade Fluminense de
Fotografia recebe, pela primeira vez, um curso de fotografia para deficientes
visuais. O curso já ocorre em São Paulo e começa na sede da entidade, em
Niterói, região metropolitana do Rio, na próxima quarta-feira (10), com duração
de dois meses, ao ritmo de uma aula de três horas por semana. Na palestra de
apresentação do curso, a professora Shay Lima disse que o objetivo é ensinar o
deficiente visual a fotografar, explorando os próprios sentidos e percepções do
mundo.
“É ele quem vai fotografar. A
metodologia do curso é participativa, todo mundo contribui com conhecimento,
seja prévio sobre fotografia ou mesmo sobre a vida. Essa construção é feita
através de dinâmica, materiais táteis, para que ele possa ter uma percepção por
meio do tato, trazendo para a teoria, sobre o que é determinado enquadramento,
primeiro plano, segundo plano”, disse Shay, que já trabalha com a temática há
cinco anos.
Shay explica que a prática é
feita com descrição dos espaços e da imagem e o fotógrafo decide quando dar o
clique. “O fato de ele ser deficiente visual não significa que não tenha
percepção do que está ao redor. Então existe essa construção da imagem, que é
diferente da nossa, mas ela existe, e é isso que a gente vai trabalhar”.
Para ela, o ato de fotografar
dá autonomia para o deficiente visual, que passa a registrar as próprias
experiências e a compartilhar as suas percepções. “O que leva qualquer pessoa a
fotografar é você querer guardar momentos, experiências, seja o crescimento de
um filho, festas, um casamento, reunião com os amigos, viagem. Mesmo ele não
tendo acesso visual a essas fotos, alguém que ver essas fotos vai compartilhar
com ele por palavras. É uma lógica de transformar imagens em palavras”.
FONTE: Agência Brasil
http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/09/curso-no-rio-ensina-deficientes-visuais-a-fotografar
Nenhum comentário:
Postar um comentário