Por William Veras*
Imagine você
entrando em algum site ou portal na internet e não ter a oportunidade de saber
que imagens estão presentes nas seções do site. Imagine ainda receber um e-mail
de alguém contendo várias fotos para ilustrar algum produto, serviço,
informações ou pessoas e você não conseguir entender nada... É isso que quem
não enxerga vive constantemente, em todos os lugares.
Como não existe
uma lei ou fiscalização ativa em ferramentas criadas para a internet, pessoas
com deficiência visual acabam não usufruindo com total autonomia desses
produtos da web. Por causa disso, muita gente vai em busca de alternativas, mas
nenhuma delas funciona com eficácia.
Talvez você não
saiba, mas o Facebook começou a disponibilizar uma espécie de descrição para as
imagens postadas na rede social. Essa é uma opção para quem não enxerga ter uma
noção do que se trata cada foto, porém esse é um recurso muito vago, informando
ao usuário apenas detalhes como quantas pessoas estão presente naquela foto e,
algumas vezes, o tipo de local onde ela foi tirada, mas a precisão dessa
informação não é tão real assim.
Por isso, a
melhor maneira de fazer com que as pessoas cegas também se sintam incluídas no
mundo digital é a fazer a descrição de qualquer tipo de foto, gráficos ou
imagem postada nesses ambientes, principalmente quando uma simples foto trás
informações que nem sempre estão contidas de maneira explícita no texto.
Se você quer
aprender como fazer uma boa descrição para cegos em uma foto, dê uma olhada nas
matérias presentes aqui no blog. Todas elas possuem descrições nas imagens
contidas, trazendo informações realmente úteis ao leitor com deficiência, e não
algo genérico ou superficial.
Aconselhamos
também o uso de técnicas áudio-descritivas em conteúdos de vídeos sempre que
possível. Aprende quem faz e ganha quem recebe...
Uma outra dica
que podemos passar para os profissionais que trabalham na área de educação e
leitura como em escolas e bibliotecas, é que ao disponibilizar um material que
será lido pelo computador como arquivos PDF e outros formatos de textos e
livros digitais, sejam sempre em texto puro e não arquivos provenientes de
imagens como, por exemplo, uma foto que é tirada de um determinado texto e
disponibilizada.
Isso impede a
pessoa cega de visualizar o conteúdo desses arquivos, já que o que está ali é,
na verdade, uma imagem mostrando visualmente o conteúdo, que nesse caso não
ficará acessível a leitores de tela (ferramenta que lê em voz sintetizada o que
está na tela de computadores e smartphones.)
Por fim, vale
dizer que todas essas contribuições citadas nessa reportagem para a melhoria de
vida de pessoas cegas devem ser encaradas não como uma obrigação, mas sim como
uma garantia de direitos. Precisamos entender que para que a igualdade de
oportunidades seja uma realidade, é preciso fazer a nossa parte incluindo as
pessoas com deficiência em espaços que ainda não foram preparados e pensados
para que, de maneira completa e natural, as atendam.
Lembre-se: não
são as pessoas com deficiência que precisam se adaptar à sociedade, mas sim a
sociedade precisa se programar para incluir essas pessoas, pois o erro não está
no deficiente, mas sim em quem o exclui.
*O aluno William Veras é cego.
Nenhum comentário:
Postar um comentário