quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Porque descrição para cegos em imagens na internet

Descrição para cegos: imagem mostra as frases "O que você olha", "O que você vê" e "O que você enxerga" escritas várias vezes e em posições diversas (vertical, horizontal, inclinada, investida, de cabeça para baixo) submetidas a um processo de desfoque que prejudica a leitura.

Por William Veras*


Imagine você entrando em algum site ou portal na internet e não ter a oportunidade de saber que imagens estão presentes nas seções do site. Imagine ainda receber um e-mail de alguém contendo várias fotos para ilustrar algum produto, serviço, informações ou pessoas e você não conseguir entender nada... É isso que quem não enxerga vive constantemente, em todos os lugares.
Como não existe uma lei ou fiscalização ativa em ferramentas criadas para a internet, pessoas com deficiência visual acabam não usufruindo com total autonomia desses produtos da web. Por causa disso, muita gente vai em busca de alternativas, mas nenhuma delas funciona com eficácia.


Talvez você não saiba, mas o Facebook começou a disponibilizar uma espécie de descrição para as imagens postadas na rede social. Essa é uma opção para quem não enxerga ter uma noção do que se trata cada foto, porém esse é um recurso muito vago, informando ao usuário apenas detalhes como quantas pessoas estão presente naquela foto e, algumas vezes, o tipo de local onde ela foi tirada, mas a precisão dessa informação não é tão real assim.
Por isso, a melhor maneira de fazer com que as pessoas cegas também se sintam incluídas no mundo digital é a fazer a descrição de qualquer tipo de foto, gráficos ou imagem postada nesses ambientes, principalmente quando uma simples foto trás informações que nem sempre estão contidas de maneira explícita no texto.
Se você quer aprender como fazer uma boa descrição para cegos em uma foto, dê uma olhada nas matérias presentes aqui no blog. Todas elas possuem descrições nas imagens contidas, trazendo informações realmente úteis ao leitor com deficiência, e não algo genérico ou superficial.
Aconselhamos também o uso de técnicas áudio-descritivas em conteúdos de vídeos sempre que possível. Aprende quem faz e ganha quem recebe...
Uma outra dica que podemos passar para os profissionais que trabalham na área de educação e leitura como em escolas e bibliotecas, é que ao disponibilizar um material que será lido pelo computador como arquivos PDF e outros formatos de textos e livros digitais, sejam sempre em texto puro e não arquivos provenientes de imagens como, por exemplo, uma foto que é tirada de um determinado texto e disponibilizada.
Isso impede a pessoa cega de visualizar o conteúdo desses arquivos, já que o que está ali é, na verdade, uma imagem mostrando visualmente o conteúdo, que nesse caso não ficará acessível a leitores de tela (ferramenta que lê em voz sintetizada o que está na tela de computadores e smartphones.)
Por fim, vale dizer que todas essas contribuições citadas nessa reportagem para a melhoria de vida de pessoas cegas devem ser encaradas não como uma obrigação, mas sim como uma garantia de direitos. Precisamos entender que para que a igualdade de oportunidades seja uma realidade, é preciso fazer a nossa parte incluindo as pessoas com deficiência em espaços que ainda não foram preparados e pensados para que, de maneira completa e natural, as atendam.
Lembre-se: não são as pessoas com deficiência que precisam se adaptar à sociedade, mas sim a sociedade precisa se programar para incluir essas pessoas, pois o erro não está no deficiente, mas sim em quem o exclui.

*O aluno William Veras é cego.

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