Por Jéssica Xavier
O livro infantil Por Que Heloísa?, da publicitária Cristiana Soares ganhou vida nas telas e se tornou filme. O curta-metragem conta a história de uma garota de 6 anos com paralisia cerebral chamada Heloísa que encara o início de sua vida escolar. O filme é baseado em uma história real e foi realizado pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e pela TV Cultura de São Paulo.
- O projeto transmidiático Por que Heloísa? foi concebido com a
intenção de gerar a reflexão coletiva. Como podemos mudar nossa forma de olhar
as questões relacionadas à deficiência e à existência humana e colaborar, na
prática, para tornar o mundo melhor para todos? - indaga a autora.
Na primeira cena acompanhamos Heloísa em seu
primeiro dia na escola. Nesse momento, os olhares curiosos dos colegas de
classe tomam conta da história, mas no decorrer da narrativa eles começam a
compreender as atitudes e pensamentos da personagem principal, que mesmo sem
muitos movimentos e sem falas tem muito a expressar. Logo vemos Heloísa enfrentando
os desafios de realizar ações como passar a página de um livro, levar a colher à
boca. Uma dessas cenas é embalada com a narração de um jogo de futebol ao fundo
e a partir disso podemos perceber que simples ações como essa são para crianças
como Heloísa como um gol depois de várias bolas na trave.
O filme também nos leva a refletir sobre os
desafios enfrentados pelos deficientes fora de casa. Heloísa sai para passear
com a mãe e a irmã e encontra ruas esburacadas, carros impedindo a travessia da
rua, portas estreitas e nenhuma rampa.
As músicas originais do filme ajudam a
construir a narrativa da história. A trilha sonora desenvolvida por Hélio Ziskind
complementa cada uma das cenas. “Imagino um mundo aberto e Helô passando aonde
todo mundo vai. Lá vai Helô, livre, pra ser assim, ser Helô. Imaginou? ” – diz
uma das canções que retratam o pensamento da mãe da protagonista.
Mesmo sendo um desenho animado, o curta não
transmite uma mensagem apenas para as crianças. Leva todos a refletirem sobre
inclusão, acessibilidade, respeito e compreensão.
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