terça-feira, 13 de novembro de 2018

Língua Brasileira de Sinais além de ser um direito assegurado por lei, é precursor da inclusão social ao longo do Brasil

Descrição para cegos: intérpretes de Libras conversando através do alfabeto em Libras. Fonte: G1 - Globo

Por Maria Ricarte
Embora a língua de sinais seja praticada desde o século 19 no Brasil, ela só foi reconhecida institucionalmente como língua de sinais brasileira em 2002. Segundo Neivaldo Zovico, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), essa linguagem foi criada na percepção de gestos na Grécia Antiga e, chegou no Brasil, com o convite feito por Dom Pedro 2° ao conde francês E. Huet - criador das primeiras instituições brasileiras de alfabetização de surdos, como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
No dia 26 de Novembro, Dia Mundial do Surdo, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) completou 131 anos. Esse sistema linguístico é legítimo e natural, utilizado pela comunidade surda no Brasil, e tem uma estrutura gramatical independente da Língua Portuguesa. A deficiência auditiva consiste na redução ou ausência da capacidade de ouvir determinados sons, em diversos graus de intensidade, em virtude de fatores que agridem a orelha externa, média ou interna.
Dito isso, a utilização de intérpretes de libras em eventos é um direito dos surdos - Decreto Federal 5.296, de 2004. Esse ano, de 2018, em que houve eleição para: presidente; deputado estadual; deputado federal; senador; e governador, a utilização de profissionais que promovem a compreensão das pessoas com deficiência auditiva, foi de suma importância. Geralmente, nos anos anteriores de eleição, as pessoas com deficiência ficavam a mercê de parentes para poderem escolher em quem votar. Esse ano, a língua de sinais ganhou destaque na corrida eleitoral em que,  os intérpretes de libras saírem das janelinhas no canto do vídeo e ficarem lado a lado com os candidatos, o que acarretou no aumento da  visibilidade e facilitou o entendimento das propostas dos candidatos.

Descrição para cegos: alfabeto em Libras. Fonte: Sociedade dos Surdos de Divinópolis - SSDIV
Tipos de deficiência auditiva:
- Moderada - a pessoa tem dificuldade de ouvir ao telefone, faz troca nos sons da fala e precisa de apoio visual;
- Severa - quando a pessoa não escuta sons importantes do dia-a-dia: fala, campainha e TV;
- Profunda - impede que a pessoa escute sons.

A prevenção é uma forma de precaver a deficiência auditiva e a surdez. É necessário adquirir alguns métodos como: garantir a vacinação contra a rubéola, caxumba, meningite e sarampo; não ingerir remédios sem acompanhamento médico e, quando tiver filhos, fazer o Teste da Orelhinha; não frequentar ambientes com barulhos ou ruídos muitos altos; usar fones de ouvido e equipamentos sonoros moderadamente; e, por fim, qualquer diferença na audição, procurar um médico. Assim, a incidência de surdez será amenizada.
Os termos: “surdo-mudo”; “surdinho”; e, “mudinho”, são termos incoerentes e não devem ser utilizados. As formas de tratamento das pessoas com deficiência, seja ela qual for, devem-se ser adequados para que haja um convívio harmônico e respeitoso. Há algumas formas de se conviver com as pessoas surdas, por exemplo: falar pausadamente, mantendo contato visual, pois o desvio do olhar, pode parecer que a conversa acabou para o surdo; não esconder a região da boca ao falar com um surdo, pois muitas vezes, os surdos mais oralizados, preferem se comunicar por meio da fala e da leitura oro-facial; não gritar, não alterar o tom de voz, a não ser que peçam; e por fim, utilizar toques ao conversar com pessoas com deficiência auditiva é extremamente importante para que possa iniciar uma conversa, chamar a atenção ou pedir licença.


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