sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Militância acessível

Por Larissa Maia
 Descrição para cegos: Niely Souza, professora de LIBRAS, fazendo a tradução do que era dito pelos líderes de uma manifestação política para a língua brasileira de sinais. A frente dela, a comunidade surda acompanhando seus movimentos.



  No ano de 2018 muitas foram as manifestações políticas, já que foi de período eleitoral. No entanto, me chamou a atenção em um dos atos que participei a inclusão de uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) durante o movimento.
  Em um ato na praça da paz contra o machismo, a professora de Libras Niely Souza, do IFPB, fazia a tradução do que era dito pelas representantes dos movimentos sociais e feministas. Lá era possível encontrar a presença de um grande público de surdos, que participavam alegremente do ato, buscando seu espaço de inserção social através da militância.
  Para ela, é necessário focar na acessibilidade não só física, como rampas, mas na acessibilidade comunicacional entre os grupos de militância e o de surdos. "A própria comunidade surda é muito militante. Busca ampliação de direitos, de acesso".
  Valdo é surdo e professor de Libras da UFPB e ressalta que esse tipo de ação é necessária em todos os atos para diminuir a exclusão e fortalecer a luta da população surda. "Muitas vezes somos mal vistos ou invisibilizados pela sociedade só porque falamos a libras, que já é uma língua estranha para eles, mesmo que sejamos do mesmo país.
  O Professor explicou que a luta é para que se cumpra o decreto 5.626/05 que exige a difusão da Libras em todo o território brasileiro, seja ele de órgão publico ou particular. "Os lideres dos movimentos sociais tem que pensar na pessoa surda, sendo ela como cidadã, pois faz parte da sociedade", e completou, "somos a minoria linguística e lutamos pela representatividade da pessoa surda nos atos políticos e sociais.
  Niely explicou da importância desse tipo de trabalho. "Os movimentos sociais agora se atentam para estarmos tendo essa acessibilidade linguística, comunicativa, para as pessoas surdas. Muitas vezes as pessoas acham que acessibilidade só tem a ver com a barreira arquitetônica, e lógico que tem, mas não é só isso. A deficiência física tem que ser atendida, a visual e ás vezes a comunidade surda fica invisibilizada. A gente está aqui contribuindo para que os movimentos sejam acessíveis e inclusivos".

Nenhum comentário:

Postar um comentário